Na manhã desta terça-feira, 4 de novembro, o gerente executivo da Águas do Piauí, Célio Damásio, esteve no plenário da Câmara Municipal de Piripiri para prestar esclarecimentos sobre os recorrentes problemas no abastecimento de água no município. A presença do representante da concessionária foi motivada pelas constantes reclamações da população e dos vereadores.
Investimentos e ações técnicas
Célio Damásio apresentou um panorama das intervenções feitas pela Águas do Piauí em Piripiri, destacando: instalação de bombas reservas, troca de filtros e registros, substituição da bomba no sistema de captação, adequações na Estação de Tratamento de Água (ETA) e na captação, melhorias em poços e troca de conjuntos motobomba.
Segundo o gerente, a empresa recebeu uma estrutura com sérios problemas nos ativos e os investimentos seguem o cronograma contratual. Ele também apontou que a disponibilidade de energia elétrica influencia diretamente no abastecimento. “Os desafios eram grandes e ainda continuam. Precisamos do apoio de todos para fazer um bom trabalho”, afirmou.
Damásio reforçou que a população pode acionar a empresa pelo número 0800 223 2000, disponível 24 horas, e que há esforços para ampliar os canais de comunicação com os moradores.
Vereadores cobram respostas e criticam atuação
Durante a sessão, diversos vereadores expressaram insatisfação com a atuação da empresa.
O presidente da Câmara, Euler Monteiro (PDT) questionou prazos para regularização do abastecimento, qualidade da água e criticou a comunicação da empresa com a população, além da ausência de representantes em convites anteriores.
Lucifran Machado (PDT) relatou que utilizou o canal 0800 sem obter solução e denunciou que há localidades com mais de 40 dias sem água. Cobrou ações sobre a qualidade da água do Açude Caldeirão.
Luís Carlos (PT) disse que o serviço não melhorou após a privatização, como era esperado. “O que a gente pede é que haja uma solução”, afirmou.
Alan Osório (PT) apontou que o problema deixou de ser pontual e se tornou generalizado, atingindo áreas que antes não sofriam com desabastecimento.
Emília Milena (PSD) cobrou esclarecimentos sobre a estrutura recebida pela empresa ao assumir o serviço. Segundo a vereadora, a população não entende a demora e cobrou celeridade.
Beatrice Pimentel (PT) classificou a situação como grave. “Há muita conversa e pouca ação”, disse. Informou que acionou o Ministério Público para a elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), solicitando a suspensão da cobrança de taxas e o ressarcimento de valores pagos durante o período crítico. “Vejo que há um descaso da Águas do Piauí com a população”, concluiu.
Chico Corinto (PP) pediu esclarecimentos sobre a atuação da empresa na zona rural, destacando a preocupação das comunidades sobre como será a relação com a concessionária.
Eldenes Barbosa (MDB) criticou o mau cheiro persistente na estação de tratamento do bairro Germano. Célio Damásio respondeu que há um estudo para implantação de um cinturão arbóreo que deverá reduzir o odor.
Domingos Carvalho (PSD) solicitou informações sobre quais localidades foram concedidas à Águas do Piauí e quais os valores pagos pela AGEA ao município.
Neném Calçados (PT) abordou a questão da taxa social e sugeriu que a empresa estabeleça parcerias com o município para ampliar o número de beneficiários atendidos com tarifas reduzidas.
A sessão reforçou a urgência de medidas concretas para garantir o abastecimento regular e de qualidade à população de Piripiri, tanto na zona urbana quanto rural. A Câmara Municipal segue acompanhando de perto a atuação da concessionária e cobrando soluções efetivas.
Comentários: