Piripiri (PI) – A crise ambiental no Açude Caldeirão, causada pela intensa proliferação de algas, foi tema de uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (18), na Câmara Municipal de Piripiri. O encontro reuniu vereadores e representantes de secretarias e instituições locais para cobrar soluções concretas para o problema que afeta o abastecimento de água, o meio ambiente e a saúde pública.
Com a superfície do açude tomada por vegetação, especialmente algas, os vereadores cobraram medidas emergenciais, responsabilização e maior engajamento de órgãos estaduais. O debate revelou o agravamento da situação e a necessidade de atuação conjunta entre os poderes públicos e a sociedade.
Ausência de órgãos estaduais provoca indignação
Apesar do convite, representantes do DNOCS estadual e da empresa Águas do Piauí não compareceram à audiência, o que gerou protestos entre os parlamentares. O vereador Domingos Carvalho (PSD) criticou a ausência: "Estamos lidando com um bem essencial e ninguém aparece. É um descaso total." Luís Carlos (PT) reforçou: "Água é um direito. Precisamos agir com urgência."
O presidente da Câmara, vereador Euler Monteiro (PDT), anunciou que uma nova audiência será convocada e cobrou a presença de todos os entes responsáveis. "Não podemos discutir soluções sem os principais responsáveis presentes."
Preocupações com saúde, meio ambiente e abastecimento
O vereador Denis Sales (PT) alertou para uma “falência ambiental do Caldeirão”, exigindo respostas do DNOCS, IBAMA e SEMAR. Já William da Loto (PT) destacou a baixa participação da comunidade ribeirinha, diretamente afetada pelo problema.
A vereadora Beatrice Pimentel (PT) sugeriu acionar o Ministério Público Estadual e Federal para garantir providências legais. Outros parlamentares, como Valdiner Sousa (PDT) e Chico Corinto (PP), reforçaram a urgência das ações e elogiaram o comprometimento da Câmara com o tema.
Órgãos presentes assumem compromissos
Luciano Pessoa da Cruz, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAR), informou que vistorias estão sendo feitas e solicitou que denúncias sejam formalizadas para intensificar o policiamento ambiental. “Precisamos de dados e relatos para agir com mais precisão”, afirmou.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Sony Anderson, reafirmou o empenho da Prefeitura: “Vamos intensificar a fiscalização em parceria com a SEMAR Estadual.”
Francisco Eleotério (Tico), coordenador local do DNOCS, relatou limitações operacionais e confirmou ter comunicado o problema à coordenação estadual desde o início do ano. Segundo ele, a contaminação da água vai além da atuação dos ribeirinhos, sendo necessário investigar outras fontes poluidoras.
Encaminhamentos da audiência
Foram definidos 13 encaminhamentos durante o evento, entre os quais se destacam:
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Fiscalização contínua envolvendo SEMAR, DNOCS e policiamento ambiental;
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Solicitação de laudo técnico sobre a qualidade da água;
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Convocação formal de nova audiência pública com a presença dos órgãos faltosos;
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Estudos para identificar e combater as fontes de poluição;
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Fortalecimento da atuação conjunta entre as secretarias estadual e municipal do Meio Ambiente.
A audiência evidenciou a urgência em salvar o Açude Caldeirão, considerado um patrimônio hídrico e ambiental de Piripiri. A mobilização deve continuar nas próximas semanas, com foco em responsabilização, transparência e medidas concretas.
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