Em um movimento que surpreendeu parte da classe política piauiense, a deputada estadual Gracinha Moraes Sousa (PP), popularmente conhecida como Gracinha Mão Santa, oficializou sua saída da oposição e anunciou aliança com o governo de Rafael Fonteles (PT). A parlamentar, filha do ex-prefeito de Parnaíba Mão Santa, prepara agora sua filiação ao MDB, com a adesão prevista para a janela partidária de abril de 2026.
O acordo foi consolidado durante uma reunião no Palácio de Karnak, sede do Executivo estadual, na presença de nomes de peso do MDB, como o deputado estadual João Mádison e o presidente da Assembleia Legislativa, Severo Eulálio. Segundo fontes, o encontro selou também o compromisso do governador com obras e demandas da Planície Litorânea, região de base política da deputada.
“Vi no governo Rafael uma escuta ativa e disposição em atender às necessidades do povo da minha terra. Não posso ignorar isso”, afirmou Gracinha em nota. Em sinal de aliança estratégica, ela já articula uma "dobradinha" nas eleições de 2026 com o petista Zé Santana, pré-candidato a deputado federal.
A mudança tem implicações profundas. Além de reforçar a base do governo na Assembleia, o MDB se consolida como principal polo de atração de dissidentes do Progressistas, partido liderado no estado por Ciro Nogueira. Questionado sobre a saída de Gracinha, Ciro limitou-se a dizer: “Sempre quem tem de julgar é o tempo e o povo.”
Nos bastidores, o movimento também é interpretado como reflexo de um desgaste interno no Progressistas em Parnaíba, onde Gracinha atribui parte das tensões recentes ao próprio partido.
Com a nova composição, o governo de Rafael Fonteles amplia sua influência sobre o litoral piauiense e isola ainda mais setores da oposição. Em um cenário eleitoral em constante mutação, a chegada de Gracinha à base governista é um sinal claro de que 2026 já começou nos bastidores da política estadual.
Comentários: